Cantiga referida em nota


João Garcia de Guilhade


Sanhud'an[da]des, amigo,
porque nom faço meu dano
vosc', e per fé, sem engano,
ora vos jur'e vos digo:
 5       ca nunca já esse [preito]
       mig', amigo, será feito.
  
De pram nom som [eu] tam louca
que já esse preito faça,
mais dou-vos esta baraça,
10guardad'a cint'e a touca,
       ca nunca já esse preito
       mig', amigo, será feito.
  
Ai dom Joam de Guilhade!,
sempre vos eu fui amiga,
15e queredes que vos diga?
Em outro preito falade:
       ca nunca já esse preito
       mig', amigo, será feito.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Indiferente ao mau-humor do seu amigo, a donzela não quer nem ouvir falar na possibilidade de aceder aos seus pedidos inconvenientes - muito fez ela ao dar-lhe as prendas que lhe deu. Um amigo que é o próprio trovador, como ficamos a saber, em forma exclamativa, na última estrofe.
Trata-se, novamente de uma composição auto-referencial, de um grupo de cantigas de amigo de João Garcia de Guilhade, mais detalhadamente indicadas aqui.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 744, V 346

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 744

Cancioneiro da Vaticana - V 346


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas