Pero Gomes Barroso


O meu amigo que é com el-rei
[.......................] bem sei
       ca nunca bem no mundo pod'haver,
pois eu, fremosa, tam muito bem hei,
 5       senom viver mig'enquanto viver.
  
Punh'el-rei ora de lhi fazer bem,
e quanto x'el quiser, tanto lhi dem,
       ca nunca bem no mundo pod'haver,
se Deus mi valha, que lhi valha rem,
10       se nom viver mig'enquanto viver.
  
Façam-lh'ora quant'el quiser, e nom
more comigo, se Deus mi perdom,
       ca nunca bem no mundo pod'haver,
nem gram prazer eno seu coraçom,
15       se nom viver mig'enquanto viver.
  
Nem gram pesar quantos no mundo som
nom lho farám, se lh'eu fezer prazer.



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Nota geral:

Embora a lacuna no segundo verso dificulte um pouco a sua leitura, o sentido geral da cantiga não sai prejudicado: a donzela afirma que por melhor que o rei trate o seu amigo (por mais recompensas lhe dê, tantas quantas ele quiser), nenhuma riqueza terá importância para ele ou lhe dará prazer, se não viver com ela. Mas também nenhum pesar lhe conseguirão causar, se ela lhe der prazer.
Se a voz que canta é feminina, a cantiga deixa transparecer perfeitamente a voz masculina que a compôs.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 733, V 334

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 733

Cancioneiro da Vaticana - V 334


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas