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  (linha 26)

Vasco Praga de Sandim


 Tanto me senç'ora já coitado      ←
que eu bem cuido que poder      ←
nom haja rem de me valer;      ←
  ca esta coita, mao pecado!,      ←
5tal me tem já que nom hei sem      ←
de me temer de nẽum mal,      ←
nem ar desejar nẽum bem!      ←
  
E pero nunca foi en pensado      ←
que podess'eu per rem veer      ←
10o que me faz tal coit'haver,      ←
por que em esto sõo chegado.      ←
E inda vos mais direi en:      ←
nunca del prix, por quanto mal      ←
eu por el prendo, nẽum bem.      ←
  
 15Ca nunca eu vi, des que fui nado,       ←
Amor, nem prendi del prazer,      ←
nen'o cuido nunca prender      ←
 del nem d'al, ca nom é já guisado.      ←
 E Amor, de pram, m'em guisa tem      ←
20que me nom pode nuzer mal      ←
deste mundo, nem prestar bem.      ←
  
E assi faz-mi, desamparado,      ←
Amor eno mundo viver,      ←
de quanto bem Deus quis fazer;      ←
 25e per bõa fé, já pelo grado      ←
da senhor, por que m'est'avém,      ←
seu amor nom faria mal      ←
a nulh'home nado, nem bem.      ←



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Nota geral:

O trovador sente-se tão mal, que já tudo lhe é indiferente, quer o bem, quer o mal. Garantindo que nunca pensou chegar a tal situação, diz que, se nunca do Amor recebeu qualquer prazer, nem espera receber, é ele a causa desse estado de indiferença em que vive. Na estrofe final, faz questão em sublinhar, no entanto, que a sua senhora não é a culpada por tal situação, mas sim o Amor.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
Palavra(s)-rima: (v. 6 de cada estrofe)
mal
(v. 7 de cada estrofe)
bem
Palavra perduda: v. 7 de cada estrofe
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 11, B 101

Cancioneiro da Ajuda - A 11

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 101


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas