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  (linha 19)

Vasco Praga de Sandim


Como vós sodes, mia senhor,       ←
mui quite de me bem fazer,      ←
 assi m'ar quit'eu de querer      ←
al bem, enquant'eu vivo for,      ←
5senom vós. E sei ũa rem:      ←
se me vós nom fazedes bem,      ←
nem eu nom vos faço prazer.      ←
  
E per bõa fé, mia senhor,      ←
por quite me tenh'eu d'haver      ←
10vosso bem, enquant'eu viver,      ←
 nem al em que haja sabor.      ←
 Mais vós em preito sodes en,      ←
 ca me vos nom quit'eu por en      ←
de vosso vassalo seer.      ←
  
15E quant'eu prendo, mia senhor,      ←
de vós, quero-vo-lo dizer:      ←
hei mui gram coita de sofrer,      ←
ca nom prendo de vós melhor.      ←
E pois mi assi de vós avém,      ←
20home seria eu de mal sem,      ←
se nom punhass'em vos veer.      ←



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Nota geral:

O trovador diz à sua senhora que, tal como ela está muito longe de o querer favorecer, também ele está muito longe de deixar de lhe querer bem acima de todas as coisas. Sabe, portanto, que, tal como ela não lhe concede o seu favor, também ele não lhe dá prazer (porque o amor dele pesa à senhora). E se ele há muito desistiu de obter esse favor dela, ela teria a obrigação de lhe valer, pois ele não desiste de ser seu vassalo (o trovador alude aos deveres feudais dos senhores). Tudo o que ela lhe dá, no entanto, é o enorme sofrimento que sente. Mas ele não desiste de tentar sempre vê-la (esperando que cumpra as suas obrigações).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
Palavra(s)-rima: (v. 1 de cada estrofe)
mia senhor
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 6, B 96

Cancioneiro da Ajuda - A 6

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 96


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas