João Peres de Aboim


Que boas novas que hoj'oirá
o meu amigo, quando lh'eu disser
 ca lhi quer'eu maior bem ca m'el quer;
e el entom, com bem que lhi será,
5       nom saberá como mi agradecer
       nem que mi diga, com tam gram prazer.
  
Ca lhi direi ca mui melhor ca mi
lhi quer'eu já, nem ca meu coraçom,
nem ca meus olhos, se Deus mi perdom;
10e, pois que lh'eu tod'esto meter i,
       nom saberá como mi agradecer
       nem que mi diga, com tam gram prazer.
  
E outro prazer vos direi maior
que vos eu dixi, que lh'hoj'eu direi:
15que viva mig', assi nom morrerei;
e, pois que lh'eu disser tam grand'amor,
       nom saberá como mi agradecer
       nem que mi diga, com tam gram prazer.
  
O que el deseja mais doutra rem
20lhi direi hoje, tanto que o vir,
ca lhi direi ca nom posso guarir,
tal bem lhi quero; e el entom com bem
       nom saberá como mi agradecer
       nem que mi diga com tam gram prazer.



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Nota geral:

A donzela dispõe-se a dar excelentes notícias ao seu amigo: confessar-lhe como gosta dele acima de todas as coisas. E está certa que ele ficará tão contente que nem saberá como lhe agradecer ou o que lhe dizer. De resto, a esta confissão, ela acrescentará ainda um pedido: o de que ele viva perto dela, já que o ama tanto que doutra forma morrerá.
É possível que uma outra cantiga do trovador, transcrita mais adiante nos manuscritos, dê continuidade a esta "história".



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 667, V 270

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 667

Cancioneiro da Vaticana - V 270


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas