Pero Garcia Burgalês


Nom vos nembra, meu amigo,
o torto que mi fezestes?
Posestes de falar migo,
fui eu e vós nom veestes;
5       e queredes falar migo
       e nom querrei eu, amigo.
  
Jurastes que todavia
verríades de bom grado
ante que saíss'o dia;
10mentistes-mi, ai perjurado!
       E queredes falar migo
       e nom querrei eu, amigo.
  
E ainda me rogaredes
que fal'eu algur convosco;
15e, por quanto mi fazedes,
direi que vos nom conhosco;
       e queredes falar migo
       e nom querrei eu, amigo.



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Nota geral:

Em nítida sequência com a cantiga anterior, a moça dirige-se agora ao seu amigo, lembrando-lhe a ofensa que ele lhe fez: tendo combinado um encontro, ela foi e ele não apareceu. Agora, quando quiser falar com ela, é ela quem não quererá. E até dirá que nem o conhece.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 650, V 251

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 650

Cancioneiro da Vaticana - V 251


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas