Nuno Fernandes Torneol


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Vi eu, mia madr', andar
as barcas eno mar,
       e moiro-me d'amor.
  
Foi eu, madre, veer
5as barcas eno lez,
       e moiro-me d'amor.
  
As barcas [e]no mar
e foi-las [a]guardar,
       e moiro-me d'amor.
  
10As barcas eno lez
e foi-las atender,
       e moiro-me d'amor.
  
E foi-las aguardar
e non'o pud'achar,
15       e moiro-me d'amor.
  
E foi-las atender
e non'o pud'i veer,
       e moiro-me d'amor.
  
E non'o achei i,
20[o] que por meu mal vi,
       e moiro-me d'amor.



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Nota geral:

Dirigindo-se à mãe, a moça conta que, vendo vir barcas no mar, foi até lá esperá-las para ver se nelas vinha o seu amigo (pelo qual morre de amor, como diz em refrão). Mas não o encontrou.
Note-se que a última estrofe sai fora do esquema geral do paralelismo, até aí perfeito (deveria começar: e non´o pud´achar). Tanto é possível que seja uma variação voluntária, como é possível que seja efeito de uma tradição manuscrita deturpada (neste caso, podendo mesmo faltar uma estrofe final à cantiga).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão e Paralelística
Cobras alternadas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 645, V 246

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 645

Cancioneiro da Vaticana - V 246


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Vi eu, mia madr', andar      versão audio disponível

Versão de Paulina Ceremużyńska

Vi eu mha madr’andar 

Versão de José Augusto Alegria

Composição/Recriação moderna

…E moiro d’amor 

Versão de Frederico de Freitas