Fernão Rodrigues de Calheiros

Rubrica:

En'esta folha adiante se começam as cantigas d'amigo que fizeram os cavaleiros, e o primeiro é Fernam Rodriguiz de Calheiros


Perdud'hei, madre, cuid'eu, meu amigo:
 macar m'el viu, sol nom quis falar migo;
        e mia sobérvia mi o tolheu,
       que fiz o que m'el defendeu.
  
5Macar m'el viu, sol nom quis falar migo,
e eu mi o fiz, que nom prix seu castigo,
       e mia sobêrvia mi o tolheu,
       que fiz o que m'el defendeu.
  
[E] eu mi o fiz, que nom prix seu castigo
10mais que mi val ora, quando o digo?
       E mia sobêrvia mi o tolheu,
       que fiz o que m'el defendeu.
  
Fiei-m'eu tant'em qual bem m'el queria
que nom meti mentes no que fazia;
15       e mia sobêrvia mi o tolheu,
       que fiz o que m'el defendeu.
  
Que nom meti mentes no que fazia
e fiz pesar a quem mi o nom faria;
       e mia sobêrvia mi o tolheu,
20       que fiz o que m'el defendeu.
  
E fiz pesar a quem mi o nom faria
 e tornou-s'en sobre mi a folia
       e mia sobêrvia mi o tolheu,
       que fiz o que m'el defendeu.



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Nota geral:

Uma vez que o seu amigo a viu e não lhe quis falar, a moça dá conta a sua mãe do grande medo que sente de o ter talvez perdido. E a atitude dele prender-se-á com o facto de o ter contrariado, fazendo algo que não deveria ter feito e que lhe desagradou. A moça não nos fornece qualquer dado concreto sobre o que terá sido, mas culpa-se a si própria e à sua "soberba" (por se fiar demasiado no amor que ele lhe tinha).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão e Paralelística
Cobras ternas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 626, V 227
(C 627)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 626

Cancioneiro da Vaticana - V 227


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas