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Estêvão da Guarda


Estraĩa vida viv'hoj'eu, senhor,      ←
das que vivem quantos no mundo som:      ←
como viver pesand'a vós e nom      ←
haver eu já doutra cousa sabor      ←
 5senom da morte (por partir, per i,      ←
pesar a vós e mui gram mal a mim)      ←
e fazer-me Deus, morrendo, viver      ←
  
em tal vida, qual mi oídes dizer,      ←
viv'eu, senhor, fazend'a vós pesar      ←
10e mal a mim, e nom me quer Deus dar      ←
de o partir nẽum sem nem poder;      ←
e pero, senhor, grand'é meu mal,      ←
 vedes o que mi é mais grave que al:      ←
o pesar é que vós tomades en,      ←
  
15ond'a mim, senhor, quanto mal m'en vem!      ←
– podendo Deus tod'este mal partir      ←
per mia morte, que nom quer consentir,      ←
porque sabe que mais morto me tem      ←
per viver eu, pois a vós pesar é.      ←
20Quanto mal, senhor, per boa fé,      ←
há em tal vida dizer non'o sei!      ←



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador considera a estranheza da sua vida: viver morrendo, e incomodando-a com o seu amor. E Deus não lhe quer dar a morte!



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
Palavra perduda: v. 7 de cada estrofe
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 623, V 224

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 623

Cancioneiro da Vaticana - V 224


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas