Pedro, conde de Barcelos

Nota geral:

Tendo perdido a mulher amada, o trovador acreditava que o sofrimento nunca o abandonaria; mas Deus veio em seu auxílio, fazendo-o conhecer outra senhora sem par. Note-se que a imagem da senhora perdida regressa no início de todas as estrofes, partilhando o espaço com a nova amada (ou seja, como uma memória melancólica mas pacificada).
A composição continua, muito visivelmente, a linha das duas que a precedem nos manuscritos: da morte da amada, chorada nessas cantigas, passa-se aqui a um novo amor salvador. E também aqui parece haver um fundo biográfico, já que D. Pedro, depois de enviuvar precocemente, e após um breve segundo casamento de circunstância (que acabou em complicado divórcio), viveu o resto da sua vida com D. Teresa Anes, castelhana vinda no séquito da rainha D. Beatriz.