D. Dinis


Por Deus, punhade de veerdes meu
amig', amiga, que aqui chegou,
 e dizede-lhi, pero me foi greu
o que m'el já muitas vezes rogou,
5       que lhi faria end'eu o prazer,
       mais tolhe-m'ende mia madr'o poder.
  
De o veerdes gradecer-vo-lo-ei,
 ca sabedes quant'há que me serviu,
e dizede-lhi, pero lh'estranhei
10o que m'el rogou cada que me viu,
       que lhi faria end'eu o prazer,
       mais tolhe-m'ende mia madr'o poder.
  
De o veerdes gram prazer hei i,
pois do meu bem desasperad'está;
15por end', amiga, dizede-lh'assi:
que o que m'el per vezes rogou já
       que lhi faria end'eu o prazer,
       mais tolhe-m'ende mia madr'o poder.
  
E por aquesto nom hei eu poder
20de fazer a mim nem a el prazer.



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Nota geral:

Dirigindo-se a uma amiga, a donzela pede-lhe que vá falar com o seu amigo, que ali chegou, e que lhe diga que ela até lhe concederia os seus favores, que tantas vezes ele lhe pediu e ela negou, mas agora não pode por causa da sua mãe (que a proíbe de se encontrar com ele, como se pressupõe). Na finda, ela confessa ainda que o prazer seria mútuo.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 597, V 200

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 597

Cancioneiro da Vaticana - V 200


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas