Vasco Praga de Sandim


A Deus grad'hoje, mia senhor,
porque vos eu posso veer!
Ca nunca eu vira prazer
no mundo já per outra rem.
5Quand'haverei eu nunca bem,
se mi o Deus i de vós nom der?
  
Sei-m'eu est', e sei, mia senhor
fremosa, ca deste poder
que mi Deus faz atal haver
10(que vos vejo) fará-xe-m'en
 perda do corpo e do sem,
u vos eu veer nom poder.
  
Mais, mentr'eu vos veer poder
e poder convosco falar,
15por Deus a mim nom querer dar
de vós mais bem, já mi o eu hei
em atanto, e nom rogarei
Deus por mia morte, mia senhor.
  
E se me Deus vosso bem der,
 20e me non'ar quiser guisar
vosco que me possa durar,
 nom mi haverá mester; ca sei
ca log'a rogar haverei
Deus por mia morte, mia senhor.



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Nota geral:

Dizendo à sua senhora que agradece a Deus poder vê-la naquele dia, o trovador garante-lhe que todo o prazer que tem neste mundo dela vem. Mas se sabe isto, sabe também que irá pagar caro essa graça, pois perderá a vida e a razão quando a não puder ver. De qualquer forma, podendo vê-la agora, nada mais pede a Deus, nem mesmo a morte. Mas termina dizendo que, se ela lhe for favorável, mas esse estado não durar, logo Lhe pedirá a morte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras doblas
Palavra perduda: vv. 1 e 6 de cada estrofe
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 89

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 89


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas