D. Dinis


Gram temp'há, meu amigo, que nom quis Deus
que vos veer podesse dos olhos meus,
 e nom pom, com tod'esto, em mi os seus
olhos mia madr', amig', e pois est assi,
5       guisade de nos irmos, por Deus, daqui,
       e faça mia madr'o que poder des i.
  
Nom vos vi há gram tempo, nem se guisou,
 ca o partiu mia madr[e], a que pesou
 daqueste preit', e pesa, e mi guardou
10que vos nom viss', amig', e, pois est assi,
       guisade de nos irmos, por Deus, daqui,
       e faça mia madr'o que poder des i.
  
Que vos nom vi há muito, e nulha rem
nom vi des aquel tempo de nẽum bem,
15ca o partiu mia madr[e], e fez por en
que vos nom viss', amig', e, pois est assi,
       guisade de nos irmos, por Deus, daqui,
       e faça mia madr'o que poder des i.
  
E se [o] nom guisardes mui ced'assi,
20matades-vos, amig', e matades-mi.



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Nota geral:

Pois a sua mãe a impede há muito de ver o seu amigo, a donzela só vê uma solução: fugirem ambos. Pede, pois, repetidamente ao seu amigo para arranjar maneira de a porem em prática. Quanto à sua mãe, que faça depois o que bem entender.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Palavra(s)-rima: (v. 4 de cada estrofe)
e pois est assi
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 587, V 190

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 587

Cancioneiro da Vaticana - V 190


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas