D. Dinis


Por Deus, amigo, quem cuidaria
que vós nunca houvéssedes poder
de tam longo tempo sem mi viver?
E des oimais, par Santa Maria,
5       nunca molher deve, bem vos digo,
       muit'a creer per juras d'amigo.
  
 Dissestes-mi u vos de mim quitastes:
"Log'aqui serei convosco, senhor";
e jurastes-mi polo meu amor,
10e des oimais, pois vos perjurastes,
       nunca molher deve, bem vos digo,
       muit'a creer per juras d'amigo.
  
Jurastes-m'entom muit'aficado
que logo logo, sem outro tardar,
15vos queríades pera mi tornar,
e des oimais, ai meu perjurado,
       nunca molher deve, bem vos digo,
       muit'a creer per juras d'amigo.
  
E assi farei eu, bem vos digo,
20por quanto vós passastes comigo.



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Nota geral:

Dirigindo-se ao seu amigo, a donzela censura-o por ele estar há tanto tempo longe dela, quando lhe tinha prometido e jurado regressar rapidamente. O que a faz considerar assim que nenhuma mulher deve jamais confiar em juras de amigo.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 579, V 182

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 579

Cancioneiro da Vaticana - V 182


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas