D. Dinis


Amad'e meu amigo,
       valha Deus!
 vede'la frol do pinho
       e guisade d'andar.
  
5Amig'e meu amado,
       valha Deus!
vede'la frol do ramo
       e guisade d'andar.
  
Vede la frol do pinho,
10       valha Deus!
selad'o baiozinho
       e guisade d'andar.
  
Vede la frol do ramo,
       valha Deus!
15selad'o bel cavalo
       e guisade d'andar.
  
Selad'o baiozinho,
       valha Deus!
treide-vos, ai amigo,
20       e guisade d'andar.
  
[Selad'o bel cavalo,
       valha Deus!
treide-vos, ai amado,
       e guisade d'andar.]



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Nota geral:

Dirigindo-se ao seu amigo, a donzela pede-lhe para se apressar a vir ter com ela. Mas fá-lo, não só em modo preferencialmente exclamativo (Valha Deus!), mas também aliciando-o com as delicadas alusões às "flores do verde pino" que já florescem e ao seu belo cavalo (o baiozinho, na forma de terno diminutivo), que ele deverá selar sem demora.
Não será impossível que esta composição tenha uma qualquer relação com a célebre cantiga "Ai flores, ai flores do verde pino", mas é difícil definir exatamente qual.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão e Paralelística
Cobras alternadas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 570, V 173

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 570

Cancioneiro da Vaticana - V 173


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Amigu’e meu amigo, valha Deus 

Versão de Frederico de Freitas