D. Dinis


Chegou-m'or'aqui recado,
amiga, do voss'amigo,
e aquel que falou migo
diz-mi que é tam coitado
5       que per quanta poss'havedes
       já o guarir nom podedes.
  
Diz que hoje tercer dia
bem lhi partírades morte,
mais houv'el coita tam forte
10e tam coitad'er jazia
       que per quanta poss'havedes
       já o guarir nom podedes.
  
Com mal que lhi vós fezestes
jurou-mi, amiga fremosa,
15que, pero vós poderosa
fostes del quanto quisestes,
       que per quanta poss'havedes
       já o guarir nom podedes.
  
E gram perda per fazedes
20u tal amigo perdedes.



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Nota geral:

Uma amiga diz à donzela que recebeu notícias do seu amigo: que está tão amargurado que duvida que ela lhe possa já valer. O domínio absoluta que a donzela tem sobre ele, e o facto de o ter tratado mal, estão na origem da doença. E a amiga conclui fazendo-lhe ver como será errado perder tal amigo. Embora o v. 7 não seja totalmente claro, a amiga parece ainda dar parte de uma sugestão de encontro entre os dois daí a três dias.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 558, V 161

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 558

Cancioneiro da Vaticana - V 161


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Chegou-m’or aqui recado 

Versão de Fernando Corrêa de Oliveira

[Chegou-me ora aqui recado] 

Versão de Tomás Borba