D. Dinis


Que trist'hoj'é meu amigo,
amiga, no seu coraçom,
 ca nom pode falar migo
nem veer-m', e faz gram razom
5       meu amigo de trist'andar,
       pois m'el nom vir e lh'eu nembrar.
  
Trist'anda, se Deus mi valha,
ca me nom viu, e dereit'é,
 e por esto faz sem falha
10mui gram razom, per bõa fé,
       meu amigo de trist'andar,
       pois m'el nom vir e lh'eu nembrar.
  
D'andar triste faz guisado,
ca o nom vi, nem viu el mi
15nem ar oíu meu mandado,
 e por en faz gram dereit'i
       meu amigo de trist'andar,
       pois m'el nom vir e lh'eu nembrar.
  
Mais, Deus, como pode durar
20que já nom morreu com pesar?



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Nota geral:

Falando com uma amiga, a donzela diz-lhe que o seu amigo anda triste pois não a pode ver nem recebeu mais notícias suas, tristeza que ela acha inteiramente justificada. Na finda, ela espanta-se mesmo de como ele consegue ainda sobreviver.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 555, V 158

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 555

Cancioneiro da Vaticana - V 158


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas