D. Dinis


Senhor, eu vivo coitada
vida des quando vos nom vi;
mais pois vós queredes assi,
por Deus, senhor bem talhada,
5       querede-vos de mim doer
       ou ar leixade-m'ir morrer.
  
Vós sodes tam poderosa
de mim que meu mal e meu bem
em vós é todo; [e] por en
10por Deus, mia senhor fremosa,
       querede-vos de mim doer
       ou ar leixade m'ir morrer.
  
Eu vivo por vós tal vida
que nunca estes olhos meus
15dormem, mia senhor; e por Deus,
que vos fez de bem comprida,
       querede-vos de mim doer
       ou ar leixade m'ir morrer.
  
Ca, senhor, todo m'é prazer
20quant'i vós quiserdes fazer.



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador queixa-se da vida desgraçada que tem levado desde que a conheceu e pede-lhe, já que ela tem poder absoluto sobre ele, quer do bem, quer do mal, que se compadeça dele ou o deixe morrer. Porque qualquer coisa que dela venha será para ele um prazer.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 552, V 155

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 552

Cancioneiro da Vaticana - V 155


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas