D. Dinis


Por Deus, senhor, pois per vós nom ficou
de mi fazer bem e ficou per mi,
teede por bem, pois assi passou,
em galardom de quanto vos servi,
5       de mi teer puridade, senhor,
        e eu a vós, ca éste o melhor.
  
Nom ficou per vós de mi fazer bem,
e de Deus hajades bom galardom,
  mais a mi a míngua foi grand'; e por en
 10por mercee teede por razom
       de me teer puridade, senhor,
       e eu a vós, ca éste o melhor.
  
 Sempre vos desto bom grado darei,
mais eu minguei em loor e em prez,
15como Deus quis; mais [pois] assi passou,
praza-vos, senhor, por qual vos El fez,
       de me teer puridade, senhor,
       e eu a vós, ca éste o melhor.
  
Ca nom tiro eu nem vós prez nem loor
  20daqueste preito, se sabudo for.



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Nota geral:

Numa cantiga de amor um pouco diferente do habitual, o trovador diz compreender que não foi por vontade própria que a sua senhora não lhe concedeu os seus favores, mas pede-lhe, como recompensa pelo seu longo serviço, que seja discreta sobre o que se passou entre os dois.
Não sabemos exatamente a que é que D. Dinis se refere ou qual teria sido a impossibilidade da dama, mas é possível que D. Dinis responda aqui, em voz masculina, ao que diz a voz feminina numa sua cantiga de amigo.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 551, V 154

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 551

Cancioneiro da Vaticana - V 154


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas