D. Dinis


De mi valerdes seria, senhor,
 mesura, por quant'há que vos servi;
 mais pois vos praz de nom seer assi
e do mal hei de vós sempr'o peior,
5veed'ora se seria melhor,
       como vos praz de me leixar morrer,
       de vos prazer de mi querer valer.
  
De mi valerdes, senhor, nulha rem
nom errades, pois vos sei tant'amar
10como vos am'; e pois vos é pesar,
e sofr'eu mal de que moir', e por en
veed'agora se seria bem,
       como vos praz de me leixar morrer,
       de vos prazer de mi querer valer.
  
15De mi valerdes era mui mester,
porque perço quanto vos [eu] direi:
o corp'e Deus; e nunca vos errei
 e pero praz-vos do meu mal; mais er
veede se é bem, se vos prouguer,
20       como vos praz de me leixar morrer,
       de vos prazer de mi querer valer.
  
De mi valerdes, Deus nom mi perdom,
se vós perdedes do vosso bom prez,
pois vos tant'am'; e por Deus que vos fez
25valer mais de quantas no mundo som,
ve[e]d'agora se nom é razom,
       como vos praz de me leixar morrer,
       de vos prazer de mi querer valer.
  
E pois, senhor, em vós é o poder,
30par Deus, quered'o melhor escolher.



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Nota geral:

O trovador pede à sua senhora que venha em seu auxílio, e que, com tanto prazer como sente em deixá-lo morrer, sinta prazer em valer-lhe. Se nela reside todo o valor, também só ela poderá escolher o melhor. E nada perderá com isso.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 546, V 149

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 546

Cancioneiro da Vaticana - V 149


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas