D. Dinis


 Punh'eu, senhor, quanto poss', em quitar
d'em vós cuidar este meu coraçom,
que cuida sempr'em qual vos vi; mais nom
poss'eu per rem nem mi nem el forçar
5que nom cuide sempr'em qual vos eu vi;
e por esto nom sei hoj'eu de mi
 que faça, nem me sei conselh'i dar.
  
Nom pudi nunca partir de chorar
estes meus olhos bem dê'la sazom
10que vos virom, senhor; ca des entom
quis Deus assi, que vo-lhi foi mostrar,
que nom podess'o coraçom des i
partir d'em vós cuidar; e viv'assi
 sofrendo coita tal que nom há par.
  
15E, mia senhor, u sempr'hei de cuidar
no maior bem dos que no mundo som
qual est o vosso, hei mui gram razom,
pois nom poss'end'o coraçom tirar,
de viver em camanho mal vivi
20des que vos eu por meu mal conhoci
e d'haver sempr'a mort'a desejar.



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Nota geral:

Embora tente, por todos os meios, deixar de pensar na sua senhora, o seu coração não o deixa. E assim, o trovador não vê solução para o seu sofrimento, não conseguindo deixar de chorar e de desejar a morte.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
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Fontes manuscritas

B 545, V 148

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 545

Cancioneiro da Vaticana - V 148


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas