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  (linha 26)

D. Dinis


Amor fez a mim amar,      ←
gram temp'há, ũa molher      ←
que meu mal quis sempr'e quer      ←
e me quis e quer matar;      ←
5e ben'o pod'acabar      ←
pois end'o poder houver.      ←
 Mais Deus, que sab'a sobeja      ←
coita que m'ela dá, veja      ←
como vivo tam coitado:      ←
10El mi ponha i recado.      ←
  
Tal molher mi fez Amor      ←
amar, que bem des entom      ←
nom mi deu se coita nom,      ←
e do mal sempr'o peior;      ←
15por end'a Nostro Senhor      ←
rog'eu mui de coraçom      ←
que El m'ajud'em atam forte      ←
coita que par m'é de morte,      ←
e ao gram mal sobejo      ←
20com que m'hoj'eu morrer vejo.      ←
  
A mim fez gram bem querer       ←
Amor ũa molher tal      ←
que sempre quis o meu mal      ←
e a que praz d'eu morrer.      ←
25E pois que o quer fazer,      ←
nom poss'eu fazer i al;      ←
mais Deus que sab'o gram torto      ←
que mi tem, mi dê conorto      ←
a este mal sem mesura      ←
30que tanto comigo dura.      ←
  
Amor fez a mim gram bem       ←
querer tal molher ond'hei      ←
sempre mal e haverei;      ←
ca em tal coita me tem      ←
35que nom hei força nem sem;       ←
por en rog'e rogarei      ←
a Deus, que sabe que vivo      ←
em tal mal e tam esquivo,      ←
que mi queira dar guarida      ←
40de mort'ou dê melhor vida.      ←



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Nota geral:

Se o Amor o fez amar uma mulher que sempre lhe quis mal e que o faz sofrer, o trovador vira-se para Deus e pede-lhe que o ajude e o salve de uma morte certa.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 544, V 147

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 544

Cancioneiro da Vaticana - V 147


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas