D. Dinis


Amor, em que grave dia vos vi,
pois [a] que tam muit'há que eu serv'i,
jamais nunca se quis doer de mi!
E pois me tod'este mal per vós vem,
5mia senhor haja bem, pois est assi,
e vós hajades mal e nunca bem.
  
Em grave dia que vos vi, Amor,
pois a de que sempre foi servidor,
me fez e faz cada dia peior!
10E pois hei por vós tal coita mortal,
faça Deus sempre bem a mia senhor,
e vós, Amor, hajades todo mal.
  
Pois da mais fremosa de quantas som
[jamais] nom pud'haver se coita nom
15e por vós viv'eu em tal perdiçom,
que nunca dormem estes olhos meus,
mia senhor haja bem por tal razom,
e vós, Amor, hajades mal de Deus.



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Nota geral:

Dirigindo-se diretamente ao Amor, o trovador culpa-o pelo seu sofrimento, ao mesmo tempo que desculpabiliza a sua senhora, a quem só pode desejar bem.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 540, V 143

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 540

Cancioneiro da Vaticana - V 143


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas