D. Dinis


Senhor, que mal vos nembrades
de quanto mal por vós levei
e levo, ben'o creades,
que, par Deus, já poder nom hei
 5de tam grave coita sofrer;
mais Deus vos leixe part'haver
da mui gram coita que mi dades.
  
E se Deus quer que hajades
parte da mia coita, bem sei,
10pero m'ora desamades,
log'entom amado serei
de vós, e podedes saber
qual coita é de padecer
aquesta de que me matades.
  
15E senhor, certa sejades
que des entom nom temerei
coita que mi dar possades,
 e tod'o meu sem cobrarei
que mi vós fazedes perder;
20e vós cobrades conhocer,
tanto que m'algum bem façades.



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Nota geral:

Uma vez que a sua senhora não se quer lembrar dele nem do seu sofrimento, o trovador exprime o desejo de que ela sofra também um pouco. E assim, percebendo o que custa, a sua atitude decerto mudará. De resto, ganharão os dois: ele recuperará a razão e ela o bom senso.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
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Fontes manuscritas

B 539, V 142

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 539

Cancioneiro da Vaticana - V 142


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas