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Vasco Praga de Sandim


Se vos prouguesse, mia senhor,       ←
rogar-vos-ia ũa rem:      ←
que, pois me nom fazedes bem,       ←
que me nom fezéssedes mal.      ←
5E, mia senhor, a meu cuidar,       ←
nunca vos devia pesar      ←
de vos quem quer rogar assi.      ←
  
E pero sõo sabedor,      ←
mia senhor, que fiz i mal sem      ←
10porque vos ora falei en.      ←
 Ca bem creede que por al      ←
nom ousaria eu provar,      ←
mia senhor, de vosco falar      ←
como vós fezestes em mim.      ←
  
15Ca sei eu bem, u al nom jaz,      ←
ca Deus vos fez tanto valer      ←
que nunca devedes fazer      ←
 em nulha cousa se bem nom.      ←
 Mais eu tam grave coita hei      ←
20por vós, senhor, que sol nom sei      ←
que me dig[a] ne[m] o que quer.      ←
  
E pois [que] m'esta coita faz      ←
agora aqui o sem perder,      ←
u vos vej', e mi faz dizer      ←
25quanto me vem a coraçom,      ←
por Deus, mia senhor, que farei?       ←
Ou que conselho prenderei      ←
u vos eu veer nom poder?      ←



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Nota geral:

O trovador pede à sua senhora que, se não o quer tratar bem, pelo menos não o trate mal. Mas logo se considera insensato por ter dito isto (o que só ousou dizer por ser tão pouca coisa), pois também sabe que ela age sempre da forma mais adequada. Na verdade, se o disse, é porque, no seu sofrimento, já não sabe o que diz ou o que quer. E termina perguntando: se ali, onde a pode ver, fica louco, que fará quando não a puder ver?



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras doblas
Palavra perduda: v. 1, 4 e 7 de cada estrofe
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 82

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 82


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas