D. Dinis


Senhor fremosa e do mui loução
coraçom, e querede-vos doer
de mi, pecador, que vos sei querer
  melhor ca mi! Pero sõo certão
 5       que mi queredes peior doutra rem;
       pero, senhor, quero-vos eu tal bem
  
qual maior poss'e o mais encoberto
que eu poss'; e sei de Brancafrol
que lhi nom houve Flores tal amor
10qual vos eu hei; e pero sõo certo
       que mi queredes peior doutra rem;
       pero, senhor, quero-vos eu tal bem
  
qual maior poss'; e o mui namorado
Tristam sei bem que nom amou Iseu
15quant'eu vos amo, esta certo sei eu;
 e com tod'esto sei, mao pecado!,
       que mi queredes peior doutra rem;
       pero, senhor, quero-vos eu tal bem
  
 qual maior poss'e tod'aquest'avém
 20a mim, coitad'e que perdi o sem.



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Nota geral:

O trovador pede à sua senhora formosa que tenha dele compaixão, já que a ama mais do que a si próprio. Sendo certo que ela lhe quer o pior dos males, garante-lhe que o seu amor é bem maior do que o de dois célebres heróis de romances de cavalaria: o de Flores por Brancaflor e o de Tristão por Isolda.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 522a, V 115

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 522a

Cancioneiro da Vaticana - V 115


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas