D. Dinis


A mia senhor que eu por mal de mi
vi e por mal daquestes olhos meus
e por que muitas vezes maldezi
mi e o mund'e muitas vezes Deus,
 5       des que a nom vi, nom er vi pesar
         d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar.
  
A que mi faz querer mal mi medês
e quantos amigos soía haver
e de[s]asperar de Deus, que mi pês,
10pero mi tod'este mal faz sofrer,
       des que a nom vi, nom ar vi pesar
       d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar.
  
A por que mi quer este coraçom
sair de seu logar, e por que já
15moir'e perdi o sem e a razom,
pero m'este mal fez e mais fará,
       des que a nom vi, nom ar vi pesar
       d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar.



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Nota geral:

Desde que deixou de ver a sua senhora, o trovador nunca mais sentiu pesar - mas apenas porque ela ocupa totalmente os seus pensamentos e ele não consegue lembrar-se de mais nada. De resto, em cada estrofe ele vai descrevendo o poder que a sua senhora tem sobre ele: ela é aquela que viu por seu mal e que muitas vezes maldisse (1ª estrofe); a que o faz querer mal a si mesmo e a todos os seus amigos, e ainda desesperar de Deus (2ª estrofe); a que lhe faz sair o coração do lugar e perder a razão (3ª estrofe).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 523, V 106

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 523

Cancioneiro da Vaticana - V 106


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas