D. Dinis


Quant'há, senhor, que m'eu de vós parti,
atam muit'há que nunca vi prazer
nem pesar; e quero-vos eu dizer
como prazer nem pesar nom er [vi]:
5       perdi o sem e nom poss'estremar
       o bem do mal, nem prazer do pesar.
  
E des que m'eu, senhor, per bõa fé,
de vós parti, creed'agora bem
que nom vi prazer nem pesar de rem;
10e aquesto direi-vos por que [é]:
       perdi o sem e nom poss'estremar
       o bem do mal, nem prazer do pesar.
  
Ca, mia senhor, bem des aquela vez
que m'eu de vós parti, no coraçom
15nunca ar houv'eu pesar des entom
nem prazer; e direi-vos que mi o fez:
       perdi o sem e nom poss'estremar
       o bem do mal nem prazer do pesar.



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador diz que, desde que se separou dela e partiu, nunca mais sentiu qualquer prazer ou qualquer dor. E a explicação é a de que ficou louco, e, portanto, incapaz de distinguir o bem do mal e o prazer da dor.
As três estrofes são variações sobre esta razom.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 518, V 101

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 518

Cancioneiro da Vaticana - V 101


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas