D. Dinis


Senhor, pois que m'agora Deus guisou
que vos vejo e vos posso falar,
quero-vo'la mia fazenda mostrar,
que vejades como de vós estou:
5       vem-mi gram mal de vós, ai mia senhor,
       em que nunca pôs mal Nostro Senhor.
  
E, senhor, gradesc'a Deus este bem
que mi fez em mi vos fazer veer,
e mia fazenda vos quero dizer,
10que vejades que mi de vós avém:
       vem-mi gram mal de vós, ai mia senhor,
       em que nunca pôs mal Nostro Senhor.
  
E nom sei quando vos ar veerei;
e por en vos quero dizer aqui
15mia fazenda, que vos sempr'encobri,
que vejades o que eu de vós hei:
       vem-mi gram mal de vós, ai mia senhor,
       em que nunca pôs mal Nostro Senhor.
  
Ca nom pôs em vós mal Nostro Senhor,
20senom quant'a mim fazedes, senhor.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

O trovador, tendo oportunidade de ver e falar com a sua senhora, confessa-lhe finalmente o seu amor e os sofrimentos que ela, isenta de qualquer outro mal, lhe faz padecer.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Dobre: (v. 3 de cada estrofe)
mia fazenda
(v. 4 de cada estrofe)
que vejades
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 507, V 90

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 507

Cancioneiro da Vaticana - V 90


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas