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  (linha 21)

D. Dinis


Que razom cuidades vós, mia senhor,       ←
dar a Deus, quand'ant'El fordes, por mi,      ←
que matades, que vos nom mereci      ←
outro mal senom se vos hei amor,      ←
5aquel maior que vo-l'eu poss'haver?      ←
Ou que salva lhi cuidades fazer      ←
da mia morte, pois per vós morto for?      ←
  
Ca [e]na mia morte nom há razom       ←
bõa que ant'El possades mostrar;      ←
 10des i non'O er podedes enganar,      ←
ca El sabe bem quam de coraçom      ←
vos eu am'e [que] nunca vos errei;      ←
 e por en, quem tal feito faz, bem sei      ←
que em Deus nunca pod'achar perdom.      ←
  
15Ca, de pram, Deus nom vos perdoará      ←
a mia morte, ca El sabe mui bem      ←
 ca sempre foi meu saber e meu sem      ←
em vos servir; er sabe mui bem [já]      ←
que nunca vos mereci por que tal      ←
20morte por vós houvess'; e por en mal      ←
vos será quand'ant'El formos alá.      ←



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Nota geral:

O trovador pergunta à sua senhora como poderá mais tarde justificar-se perante Deus pela morte a que o condena. Decerto que não poderá alegar nenhuma razão válida, visto ele apenas se limitar a amá-la sem medida. E Deus, que conhece o coração dos homens, sabe disso muito bem, como sabe que ele nunca a enganou. Logo, Deus não poderá perdoar-lhe e ela passará um mau bocado quando forem chamados à sua presença.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 500, V 83

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 500

Cancioneiro da Vaticana - V 83


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas