Nota geral: Em pleno ambiente militar, o retrato a traços largos de um coteife, isto é, um soldado vilão, cujo aspeto miserável e ridículo seria diretamente proporcional ao seu reduzido entusiasmo militar - aparentemente ele serviria apenas para a carreta, como nos diz o refrão, ou seja, para os serviços de transporte (ou mesmo para a charrua, numa alusão às suas origens vilãs). É possível, no entanto, como sugere Santiago Gutiérrez (20071) que o termo carreta seja utilizado de forma mais subtilmente equívoca, significando também carroça de criminosos ou condenados, sentido esse que poderia mesmo fazer referência ao episódio inicial do romance arturiano Le Chevalier de la Charette, de Chrétien de Troyes, no qual Lancelot aceita a humilhação de ser transportado numa carreta. A composição deverá ter como contexto os violentos confrontos armados relacionados com a revolta dos mudejares da Andaluzia, em 1264.
Referências 1 Gutiérrez García, Santiago (2007), “La recepción hispánica de la materia de Bretaña y la cantiga B479-V62 de Alfonso X”, Actas del XI Congreso de la Asociación Hispánica de Literatura Medieval: Universidade de León 2005, León, Universidad de León.
|