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Fernão Pais de Tamalhancos


Nom sei dona que podesse      ←
valê'la que eu amei,      ←
nem que eu tanto quisesse      ←
por senhor, das que eu sei,      ←
5se a cinta nom presesse,      ←
de que mi lh'eu despaguei:      ←
e por esto a cambiei.      ←
  
Pero mi ora dar quisesse      ←
quant'eu dela desejei      ←
10e mi aquel amor fezesse      ←
por que a sempr'aguardei,      ←
cuido que lho nom quisesse,      ←
tam muito me despaguei      ←
dela, poila cinta achei.      ←
  
 15Nem ar sei prol que m'houvesse      ←
seu bem; e al vos direi:      ←
se a per atal tevesse      ←
quando m'a ela tornei,      ←
juro que o nom fezesse,      ←
20ca tenho que baratei      ←
bem, pois me dela quitei.      ←
  
  Ca muito per i mais hei      ←
com melhor senhor, e sei      ←
de mi que a servirei.      ←



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Nota geral:

Em nítida sequência cronológica com a anterior, esta cantiga dá agora conta da ruptura definitiva do trovador com a sua prima abadessa.
A cantiga aparece, com ligeiras variantes, em dois locais distintos de B: uma primeira vez na secção das cantigas de amor (B 75) e uma segunda na secção das cantigas de escárnio e maldizer (B 1336), o que talvez indique a hesitação do compilador quanto ao seu género. De qualquer forma, a rubrica que explica o ciclo, e que incluímos na cantiga precedente, vem transcrita apenas nesta segunda ocorrência.
A terceira composição que completa este pequeno ciclo só vem transcrita a seguir a esta segunda ocorrência, ou seja, na secção das cantigas de escárnio e maldizer.



Nota geral


Descrição

Género incerto
Mestria
Cobras uníssonas
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 75=1336, V 943

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 75=1336

Cancioneiro da Vaticana - V 943


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas