Anónimo 4


Senhor fremosa, queria saber
de vós que sempre punhei de servir:
pois vos eu sei mais doutra rem amar,
que diredes a quem vos preguntar,
5pois me podedes de morte guarir,
       senhor, por que me leixades morrer?
  
Pois que m'assi teendes em poder,
senhor fremosa, dized'ũa rem:
que diredes, se vos alguém disser
10que lhe digades, se vos aprouguer,
pois me podedes guarecer mui bem,
       senhor, por que me leixades morrer?
  
Pois m'em tal coita podedes valer,
come de morte, se Deus vos perdom!,
15que diredes, fremosa mia senhor,
 u vos aquesto preguntado for:
pois vos eu amo mui de coraçom,
       senhor, por que me leixades morrer?
  
Pois vos Deus fez muito bem entender,
20senhor fremosa que sempre servi,
se vos alguém preguntar esta vez,
que lhe diredes, por Deus que vos fez,
pois vos eu amo muito mais ca mi,
       senhor, por que me leixades morrer?
  



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

O trovador pergunta à sua senhora que justificação dará aos que lhe perguntarem por que deixou morrer quem tanto a amava, e que tão facilmente poderia socorrer.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 272

Cancioneiro da Ajuda - A 272


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas