Fernão Velho


Nostro Senhor, que eu sempre roguei,
pola coita que mi Amor faz sofrer,
que mi a tolhess'e nom mi a quis tolher
e me leixou em seu poder d'Amor,
5des hojemais sempre lh'eu rogarei,
       pois hei gram coita, que mi dê maior
  
 com que moira; ca mui gram sabor hei,
 per bõa fé, de mais nom guarecer,
 pois s'El nunca de mim quiso doer
10e me faz viver sempr'a gram pavor
 de perder o sem; mais já gracir-lh'-ei,
       pois hei gram coita, que mi dê maior,
  
 se lh'aprouguer, mui cedo; ca nom sei
hoj'outra rem com que eu visse prazer;
15pois m'El nom quis nem quer del defender
e de meu mal houve tam gram sabor,
mentr'eu viver, sempr'o eu servirei:
       pois hei gram coita, que mi dê maior
  
 com que moira, ca de pram al nom sei
20que mi possa tolher coita d'amor.



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Nota geral:

Na sequência da cantiga anterior, o trovador pede a Deus que lhe dê um sofrimento ainda maior. Já que não lhe quer valer no que toca à sua senhora, e gosta de o fazer sofrer, melhor do que a loucura certa será a morte, que acabará de vez com esse sofrimento.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras uníssonas
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 261, B 438, V 50

Cancioneiro da Ajuda - A 261

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 438

Cancioneiro da Vaticana - V 50


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas