Paio Gomes Charinho


Senhor fremosa, por Nostro Senhor,
e por mesura, e porque nom há
em mim senom mort' (e cedo será),
e porque sõo vosso servidor,
5       e polo bem que vos quer'outrossi,
        ai, meu lume, doede-vos de mim!
  
Por mercêe que vos venho pedir,
e porque sõo vosso, e porque nom
cato por al (nem seria razom),
10e porque sempre vos hei a servir,
       e polo bem que vos quer'outrossi,
       ai, meu lume, doede-vos de mim!
  
Porque vós nunca podedes perder
em haver dóo de mim, e por qual
 15vos fezo Nostro Senhor, e por al
- porque soub'eu, qual sodes, conhocer –
       e polo bem que vos quer'outrossi,
       ai, meu lume, doede-vos de mim!
  
 Por quam mansa, e por quam de bom prez,
20e por quam aposto vos fez falar
Nostro Senhor, e porque vos catar
fez mais fremoso de quantas El fez,
       e polo bem que vos quer'outrossi,
       ai, meu lume, doede-vos de mim!



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

O trovador pede à sua senhora formosa para ter piedade dele. Os motivos que invoca ocupam grande parte da cantiga: por cortesia, porque ele morre, sendo seu servidor, pelo bem que lhe quer, porque ela nada perderá com isso etc.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 254

Cancioneiro da Ajuda - A 254


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas