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Fernão Rodrigues de Calheiros


O grand'amor que eu cuidei prender      ←
da mia senhor, quando m'ela monstrou      ←
(que nom monstrass'!) o seu bom parecer,      ←
todo xe me doutra guisa guisou:      ←
5       e o seu bom parecer que lh'eu vi,      ←
       por meu mal foi, macar lho gradeci.      ←
  
Eu me cuidei, quando m'ela guariu,      ←
que nunca m'ende mais veesse mal;      ←
e vej'ora ca por meu mal me viu,      ←
  10mao pecado!, ca nom foi por al:      ←
       e o seu bom parecer que lh'eu vi,      ←
       por meu mal foi, macar lho gradeci.      ←
  
Tod'aquel bem que m'ela fez entom      ←
 e de que m'eu depois muito loei,      ←
15por meu mal foi, ca polo meu bem nom,      ←
ca de fera guisa lho lazerei:      ←
       e o seu bom parecer que lh'eu vi,      ←
       por meu mal foi, macar lho gradeci.      ←



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Nota geral:

O trovador vê agora que se enganou quando imaginou que o facto de a sua senhora ter sido generosa e lhe ter permitido vê-la iria mudar a sua situação para melhor. Afinal, tê-la visto foi pior.
A cantiga parece em nítida relação com uma anterior cantiga do trovador.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 67

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 67


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas