João Garcia de Guilhade


- Senhor, veedes-me morrer
desejando o vosso bem,
e vós nom dades por en rem,
 nem vos queredes en doer!
5- Meu amig', enquant'eu viver,
       nunca vos eu farei amor
       per que faça o meu peior.
  
- Mia senhor, por Deus que vos fez,
que me nom leixedes assi
10morrer, e vós faredes i
 gram mesura, com mui bom prez!
- Direi-vo-lo, amig', outra vez:
       nunca vos eu farei amor
       per que faça o meu peior.
  
15- Mia senhor, que Deus vos perdom!,
nembre-vos quant'afã levei
por vós! Ca por vós morrerei;
e forçad'esse coraçom!
- Meu amig', ar direi que nom:
20       nunca vos eu farei amor
       per que faça o meu peior.



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Nota geral:

Nesta cantiga dialogada, o trovador pede repetidamente à sua senhora para ser clemente com o seu sofrimento, acedendo a conceder-lhe os seus favores, obtendo sempre como resposta que ela jamais fará algo que a prejudique.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão, Dialogada
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

A 230, B 420, V 31/32

Cancioneiro da Ajuda - A 230

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 420

Cancioneiro da Vaticana - V 31/32


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas