Fernão Rodrigues de Calheiros


Des quando me mandastes, mia senhor,
que vos nunca dissesse nulha rem,
teve-m'em tam gram coita voss'amor
que peç'a Deus mia mort'e nom mi vem:
5       ca vos nom ouso mia coita mostrar,
       nem vos queredes vós de mi nembrar.
  
Porque vos nom nembrastes vós de mi,
que vos amo, senhor, mais doutra rem,
faz-me viver o voss'amor assi,
10que mi seria com mia morte bem:
       ca vos nom ouso mia coita mostrar;
       nem vos queredes vós de mi nembrar.
  
E pois vos Deus atam nembrada fez
 que nom falecedes, senhor, em rem,
15senhor, ar nembre-vos algũa vez
em que gram coi[ta] mi o voss'amor tem:
       ca vos nom ous'eu mia coita mostrar,
       nem vos queredes vós de mi nembrar.



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Nota geral:

Desde que a sua senhora o proibiu de lhe falar, o trovador só pede a Deus a morte. Porque não ousa mostrar-lhe o seu sofrimento e a sua senhora o esquece completamente.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras rima a singular, rima b uníssona
Palavra(s)-rima: (v. 2 de cada estrofe)
rem
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 65

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 65


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas