Afonso Lopes de Baião


Senhor, que grav'hoj'a mi é
de m'haver de vós a partir!
Ca sei, de pram, pois m'eu partir,
que mi averrá, per bõa fé:
5       haverei, se Deus me perdom!,
       gram coita no meu coraçom.
  
E pois partir os olhos meus
de vós, que eu quero gram bem,
e vos nom virem, sei eu bem
10que mi averrá, senhor, par Deus:
       haverei, se Deus me perdom!,
       gram coita no meu coraçom.
  
E se Deus algum bem nom der
de vós, que eu por meu mal vi
15(tam grave dia vos eu vi!),
se de vós grado nom houver,
       haverei, se Deus me perdom!,
       gram coita no meu coraçom.



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Nota geral:

No momento da partida, o trovador antecipa a dor futura que sentirá sem a sua senhora. Na 3ª estrofe, pede-lhe discretamente alguma recompensa (o bem).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Dobre: (vv. 2 e 3 de cada estrofe)
partir (I), bem (II), vi (III)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 224, B 395, V 5

Cancioneiro da Ajuda - A 224

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 395

Cancioneiro da Vaticana - V 5


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas