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Fernão Rodrigues de Calheiros


Par Deus, senhor, mui mal me per matou,      ←
quando vos eu primeiramente vi,      ←
o que vos agora guarda de mi;      ←
por que vos entom de mi nom guardou      ←
5que vos nom visse? Pois ora nom quer      ←
que vos veja, quando m'é mais mester,      ←
mia senhor fremosa, de vos veer.      ←
  
Assi me podera de mal quitar,      ←
se el houvera de meu bem sabor:      ←
10nom me vos ir entom mostrar, senhor;      ←
e pois me vos mostrou, nom vos guardar!      ←
Mais foi-me-vos el amostrar entom,      ←
e guarda-me-vos ora, quando nom      ←
 me sei, sem vós, conselh', ergo morrer!      ←
  
15Sem vós, senhor, nom me sei eu per rem      ←
conselh'haver; e convosco nom hei      ←
poder de falar, mia senhor; e sei      ←
que me vos nom amostrou por meu bem,      ←
o que me vos mostrou, mais por meu mal:      ←
20ca nom poss'eu sabor haver em al,      ←
erg'em cuidar no vosso parecer!      ←
  
E, mia senhor, se eu já mais em qual      ←
coita vivo, viver, e me nom val      ←
morte, mais me valvera nom nacer!      ←



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Nota geral:

Entre o trovador e a sua senhora, há, nesta cantiga, um terceiro (pai, irmão, marido?) que, tendo-lhe dado a possibilidade de a conhecer, o impede agora de a ver, mantendo-a "guardada". Foi decerto para seu mal e mais valia não lhe ter dado essa possibilidade, pois o seu sofrimento presente é mortal.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares (rima d uníssona)
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 61

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 61


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas