| | | Fernão Fernandes Cogominho |
| | | | Veerom-m'ora preguntar, | | | | meus amigos, por que perdi |  | | | o sem; [e] dixi-lhis assi, |  | | | ca o nom púdi [m]ais negar: |  | 5 | | a mia sobrinha mi tolheu |  | | | o sem, por que ando sandeu. | | | | | Quem bem quiser meu coraçom | | | | saber, porque ensandeci, | | | | pregunte-me, ca bem log'i | | 10 | | lhi direi eu assi entom: | | | | a mia sobrinha mi tolheu | | | | o sem, por que ando sandeu. |
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| Nota geral: Nesta curta e heterodoxa cantiga, que poderá, aliás, estar incompleta, um tio confessa explicitamente os seus amores por uma sobrinha, contrariando frontalmente todas as regras do amor cortês (e mesmo socialmente aceitável). O género da composição não é, assim, muito claro. Não sabemos, de resto, se a composição é autobiográfica (neste caso, podendo a sobrinha ser uma das donzelas que referimos em nota), ou se se tratará de um maldizer aposto (uma cantiga posta em voz alheia), aludindo aos amores de um terceiro (não foram raros, na época, os casos célebres de ligações mais ou menos incestuosas deste tipo). Seja como for, a inexistência de qualquer rubrica explicativa torna impossível qualquer certeza.
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Nota geral
Descrição
Género incerto Refrão Cobras rima a singular, rima b uníssona (Saber mais)
Fontes manuscritas
B 366bis
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Desconhecidas
Composição/Recriação moderna
Desconhecidas
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