Fernão Fernandes Cogominho


Nom am'eu mia senhor, par Deus,
por nunca seu bem asperar;
mais fui com ela [co]meçar,
é já 'ssi, amigos meus:
5       que nom hei eu end'al fazer,
       enquant'ela poder viver.
  
Non'a amei, des que a vi,
por nunca dela haver seu bem;
mais vedes, de guisa mi avém,
10meus amigos, que est assi:
       que nom hei eu end'al fazer,
       enquant'ela poder viver.
  
Non'a amo, per bõa fé,
por nunca seu bem haver já,
15ca sei bem que mi o nom fará;
mais mia fazenda já assi é:
       que nom hei eu end'al fazer,
       enquant'ela poder viver.
  
Ca demo m'e[n] cabo prender
20fui, de pram, u a fui veer?
  
Porque s'ela nom quer doer
de mim, mal dia foi nacer.
  
E sei de mim com'há de seer:
viver coitad'e pois morrer!



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Nota geral:

Dirigindo-se aos seus amigos, o trovador garante que o amor que vota à sua senhora é desinteressado, nada esperando dela em troca. Incapaz de deixar de a amar, mesmo sabendo que também ela nada lhe dará, resta-lhe viver amargurado e depois morrer.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 366

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 366


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas