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  (linha 9)

Fernão Fernandes Cogominho


Pois tam muit'há que mia senhor nom vi      ←
e me mais vejo no mundo viver,      ←
e m'eu tam gram coita pudi sofrer,      ←
per bõa fé, pois dela nom morri,      ←
5       jamais por coita nunca rem darei,      ←
       ca, por gram coit'haver, nom morrerei.      ←
  
E quando m'eu da mia senhor parti,      ←
nom cuidava esse dia chegar      ←
viv'à noite, e vejo m'ar andar      ←
10viv[o]; e pois tal coita padeci,      ←
       jamais por coita nunca rem darei,      ←
       ca, por gram coit'haver, nom morrerei.      ←
  
E pois esta, que vos digo, sofri,      ←
bem devo, de pram, a sofrer qualquer      ←
15outra coita, qual mi Deus dar quiser;      ←
ca, pois per esta morte nom prendi,      ←
       jamais por coita nunca rem darei,      ←
       ca, por gram coit'haver, nom morrerei.      ←



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Nota geral:

Considerando que há muito não vê a sua senhora e que ainda continua vivo, o trovador garante que nenhuma dor o poderá já matar. Quando se afastou dela, pensou que não chegaria vivo ao fim desse dia, mas, como sobreviveu, considera que suportará bem qualquer outra dor que Deus lhe queira dar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras rima a uníssona, rima b singular
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 365

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 365


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas