Fernão Fernandes Cogominho


Nom me queredes vós, senhor, creer
a coita que me fazedes levar;
e poila eu já sempr'hei a sofrer,
nom mi tem prol de vo-lo mais jurar;
5       mais Deus, que tolh'as coitas e as dá,
       El dê gram coit'a quem coita nom há!
  
E nom mi creedes qual coita sofri
sempre por vós, nem quant'afã levei;
e veed'ora: que faredes i?
10Ca nunca vo-lo já mais jurarei.
       Mais Deus, que tolh'as coitas e as dá,
       El dê gram coit'a quem coita nom há!
  
E l[h]a nom tolha, enquanto viver!
[Ca] sei [eu] bem que viverá mui mal,
15ca 'ssi fig'eu, des que vos fui veer;
e, pero vo-lo juro, nom mi val.
       Mais Deus, que tolh 'as coitas e as dá,
       El dê gram coit'a quem coita nom há!



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Nota geral:

Queixando-se de que a sua senhora não acredita no seu sofrimento, o trovador garante-lhe que vai desistir de lhe jurar que ele é real. E espera que Deus, que tem o poder para dar ou aliviar as dores, faça sofrer, enfim, quem não sofre.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 361
(C 361)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 361


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas