Anónimo

Rubrica:

Dom Tristam, o namorado, fez esta cantiga.


Mui gram temp'há, par Deus, que eu nom vi
quem de beldade vence toda rem!
E se xe m'ela queixasse por en,
gram dereit'é, ca eu o mereci.
5E bem me pode chamar desleal
de querer eu, nem por bem nem por mal,
viver com'ora sem ela vivi.
  
E pois que me de viver atrevi
sen'a veer, em que fiz mui mal sem,
 10dereito faz, se me mal talam tem,
por tal sandice qual eu cometi.
 E com tal coit'e tam descomunal,
se me Deus ou sa mesura nom val,
defensom outra nom tenh'eu por mi.
  
15Ca daquel dia em que m'eu parti
da mia senhor e meu lum'e meu bem,
porque o fiz, a morrer me convém,
pois vivi tanto, sem tornar ali
 u ela é. Se por en sanha tal
20filhou de mim, e me sa mercê fal,
ai eu cativo!, e por que naci?



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Nota geral:

Este terceiro lai, dos cinco que abrem o Cancioneiro da Biblioteca Nacional, é uma versão livre do lai francês "Grant temps que ie ne vi cele", incluído no Tristan en prose (Sharrer: 19881).

Referências

1 Sharrer, Harvey (1988), “La materia de Bretaña en la poesía gallego-portuguesa.” in Actas del I Congreso de la Asociación Hispánica de Literatura Medieval: Santiago de Compostela, 1985, Ed.Vicenç Beltrán. Barcelona: PUP, Barcelona: PUP.



Nota geral


Descrição

Lai
Mestria
Cobras uníssonas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 3, L 3
(C 3)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 3


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas