Anónimo 2 ou João Peres de Aboim


Muitos vej'eu que se fazem de mi
sabedores que o nom som, de pram,
nen'o forom nunca, nen'o seram;
e pois que eu deles estou assi,
5       nom sabem tanto que possam saber
       qual est a dona que me faz morrer.
  
Ca sempre m'eu de tal guisa guardei
que nom soubessem meu mal nem meu bem,
e fazem-s'ora sabedores en;
10mais, pero cuidam saber quant'eu sei,
       nom sabem tanto que possam saber
       qual est a dona que me faz morrer.
  
Digam-x'andando quis o que quiser,
ca me sei eu como deles estou:
15bem, grad'a Deus, que m'end'assi guardou
que, se s'aquesto per mi nom souber,
       nom sabem tanto que possam saber
       qual est a dona que me faz morrer.
  
E muito sabem, se nunca saber
20o per mi podem, nem per lh'eu dizer!



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Nota geral:

Se muitos pensam conhecê-lo e saber dos seus amores, na verdade nada sabem, afirma o trovador. Isto porque sempre foi discreto e sempre ocultou perfeitamente quem era a sua amada. Assim, se não for ele a dizê-lo (o que não fará), eles poderão falar muito, mas nada sabem.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 184, B 677, V 279

Cancioneiro da Ajuda - A 184

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 677

Cancioneiro da Vaticana - V 279


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas