Vasco Gil


Ai mia senhor! quero-vos preguntar:
pois que vos ides e eu nom poss'ir
vosco per rem, e sem grad'a partir
m'hei eu de vós e de vosco morar,
5ai eu cativo! por Deus, que farei?
Ai eu cativo!, que nom poderei
prender conselho, pois sem vós ficar!
  
Nom sei hoj'eu tam bom conselhador
que me podesse bom conselho dar
10na mui gram coita que hei d'endurar,
u vos nom vir, fremosa mia senhor.
Ai eu cativo!, de mi que será?
Ai eu cativo!, que hei por vós já
viver em cuita, mentr'eu vivo for!
  
15E os meus olhos nom podem veer
prazer em mentr'eu vivo for, per rem,
pois vos nom virem, meu lum'e meu bem!
E por aquesto querria saber:
ai, eu cativ'!, e que será de mim?
20Ai eu cativ'!, e mal dia naci,
pois hei de vós alongad'a viver!



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Nota geral:

O trovador pergunta emotivamente à sua senhora o que fará, pois vê que ela parte. Sem poder acompanhá-la, ficando a morar longe, não sabe que solução encontrar para a sua dor. Nem ninguém lhe poderá dar remédio ao sofrimento que sentirá para o resto dos seus dias.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
Dobre: (vv. 5 e 6 de cada estrofe)
ai eu, cativo
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 154

Cancioneiro da Ajuda - A 154


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas