Vasco Gil


Se vos eu ousasse, senhor,
no mal que por vós hei, falar,
 des que vos vi, a meu cuidar,
 pois fôssedes en sabedor,
5       doer-vos-íades de mi.
  
E porque nunca estes meus
olhos fazem senom chorar
u vos nom veem, com pesar,
se o soubéssedes, por Deus,
10       doer-vos-íades de mi.
  
Com'e quanto meu coraçom,
senom em vós, d'em al coidar,
se vo-l'eu ousasse mostrar,
 por mesur'e por al nom,
15       doer-vos-íades de mi.
  
Mais nom vos faç'eu [rem] saber
de quanto mal me faz Amor
por vós, ca m'hei de vós pavor;
ca, se vo-l'ousasse dizer,
20       doer-vos-íades de mi.



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Nota geral:

O trovador está certo de que, se ousasse confessar as suas mágoas de amor à sua senhora, ela teria piedade dele. Mas não ousa fazê-lo, com o pavor que sente dela.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 148, B 271

Cancioneiro da Ajuda - A 148

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 271


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas