Rui Queimado


Cuidades vós, mia senhor, que mui mal
estou de vós e cuid'eu que mui bem
estou de vós, senhor, por ũa rem
 que vos ora direi, ca nom por al:
5       se morrer, morrerei por vós, senhor;
        se m'i ar fezerdes bem, aque melhor!
  
Tam mansa vos quis Deus, senhor, fazer
e tam fremosa e tam bem falar
que nom poderia eu mal estar
10de vós, por quanto vos quero dizer:
       se morrer, morrerei por vós, senhor;
       se m'i ar fezerdes bem, aque melhor!
  
Amo-vos tant'e com tam gram razom,
 pero que nunca de vós bem prendi,
 15que coid'eu est', e vós que nom é 'si;
mais tant'esforç'hei no meu coraçom:
       se morrer, morrerei por vós, senhor;
       se m'i ar fezerdes bem, aque melhor!



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Nota geral:

Embora a sua senhora considere que, em relação a ela, ele está mal (ou seja, que nada tem a esperar), o trovador considera que está muito bem, pois, se morrer, morrerá por ela, a mais meiga, formosa e eloquente das donas; e se ela decidir favorecê-lo, ainda melhor.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 140, B 261

Cancioneiro da Ajuda - A 140

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 261


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas