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  (linha 6)

Rui Queimado


Agora viv'eu como querria      ←
veer viver quantos me querem mal:      ←
que nom vissem prazer de si nem d'al,      ←
com'eu fiz sempre des aquel dia      ←
5que eu mia senhor nom pude veer.      ←
 Ca se nunca depois ar vi prazer,      ←
Deus nom me valha (que poderia)!      ←
  
E quem vivess'assi, viveria,      ←
 per bõa fé, em gram coita mortal,      ←
10ca 'si viv'eu por ũa dona qual      ←
sab'hoje Deus e Santa Maria,      ←
que a fezerom melhor parecer      ←
de quantas donas vi e mais valer      ←
em todo bem; e bem veeria      ←
  
15quem visse mia senhor; e diria,      ←
eu [o] sei bem, por ela, que é tal      ←
como vos eu dig'; e se me nom val      ←
Deus (que mi a mostre!), já nom guarria      ←
eu mais no mundo, ca nom hei poder      ←
20de já mais aquesta coita sofrer      ←
do que sofr'i; e desejaria      ←
  
muito mia mort', e querria morrer      ←
por mia senhor, a que prazeria;      ←
  
e por gram coita, em que me viver      ←
25vejo por ela, que perderia.      ←



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Nota geral:

O trovador começa por dizer que vive como gostaria que vivessem os que não gostam dele: sem sentir prazer em nada. É esta a sua vida desde o dia em que deixou de poder ver a sua senhora, a mais formosa e a melhor – e com isso concordariam todos os que a conhecessem. Assim, se Deus não lhe valer (fazendo com que ele a veja), não poderá suportar mais o sofrimento e preferiria morrer – por um lado porque sabe que essa morte agradaria à sua senhora, e por outro, porque seria a única forma de acabar com esse mesmo sofrimento.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
Finda (2)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 133, B 254

Cancioneiro da Ajuda - A 133

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 254


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas